Brooklin: último barraco do Jardim Edite será demolido

A Prefeitura de São Paulo obteve na Justiça o direito de demolir o último sobrado da extinta favela do Jardim Edite ainda de pé no terreno que abrigou mais de 800 famílias no cruzamento da avenida Luís Carlos Berrini e avenida Jornalista Roberto Marinho, no Brooklin, zona sul de SP. Há três anos, todos os barracos, com exceção do imóvel do pipoqueiro José Marcos Carneiro de Santana, foram removidos pelo Município. A área já recebe as obras de um futuro conjunto habitacional, com 242 unidades.

A permanência do imóvel estava assegurada por uma ação de usucapião, que corre na Justiça desde 2003. Em setembro, porém, a área foi considerada pública, o que permitiu ao Estado e à Prefeitura entrarem com pedido de reintegração de posse, concedido no mês passado. Marcão da pipoca, como é conhecido pelos antigos vizinhos, ainda poderá obter uma indenização em dinheiro, mas terá de esperar longe dali.

Segundo a Secretaria Municipal da Habitação, ele deve ser transferido temporariamente com a família para um apartamento no Edifício Senador Feijó, na região da Sé, no centro. A previsão é de que até o fim do ano Marcão possa ocupar um apartamento no futuro conjunto Iguaçú, no Campo Belo, bairro vizinho ao seu endereço atual.





A demolição da casa, que tem 29 metros quadrados e é rodeada por prédios de alto padrão, deve ocorrer nos próximos dias, viabilizando a abertura de uma via e a continuidade das obras de uma das torres. Se oferecerem resistência, os últimos moradores da favela poderão ser retirados à força pela polícia.

Urbanização. Além dos apartamentos, o projeto do Novo Jardim Edite prevê uma creche, um posto de saúde e um restaurante-escola. Duas das três torres de 17 andares já estão erguidas. Haverá oferta de moradias ainda em dois prédios menores, de seis andares cada. As obras, que custarão cerca de R$ 43,3 milhões, têm recursos da Operação Urbana Água Espraiada.

A saída da família Santana e a construção de moradias populares no terreno de 19 mil metros quadrados fazem parte de um projeto maior da Prefeitura, que inclui um túnel de 2,4 km entre a Avenida Jornalista Roberto Marinho e a Rodovia dos Imigrantes, avaliado em R$ 3,7 bilhões. No trajeto, 40 mil moradores de 16 favelas deixarão a área e centenas de casas e lojas e quatro torres sumirão do mapa.

Fonte: Agência Estado





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